A distinção simples entre dívida externa e interna é que a primeira é a dívida detida por bancos estrangeiros, enquanto a segunda designa dívida detida por bancos domésticos. Isso pode ser muito simples, no entanto. A globalização levou a uma economia mundial integrada onde, para melhor ou pior, as distinções entre "interno" e "externo" se tornaram indistintas. Diferenças entre as duas formas de dívida ainda existem, mas elas se tornaram intimamente integradas.
Dívida externa
Quando um país toma emprestados de banqueiros no exterior, a dívida é considerada “externa”. Mais especificamente, a dívida externa existe quando a dívida é contraída em moeda estrangeira. Essa distinção deixa em aberto a opção para os bancos norte-americanos que operam na América Latina, por exemplo, emprestar dinheiro na moeda local.
Dívida Interna
A dívida a bancos locais na moeda local é a dívida “interna”. Os bancos estrangeiros que operam no Brasil emprestam o dinheiro do governo em reais, que também é considerado dívida “interna”. A principal distinção em uma era de globalização é a vulnerabilidade às taxas de juros externas. Falando em geral, a dívida interna é basicamente imune a mudanças nas taxas internacionais ou outras taxas externas. A moeda brasileira, o Real, é controlada por bancos locais. O Yuan Chinês é controlado pelo estado. Portanto, se as taxas locais forem baixas, a dívida interna aumentará. Se eles forem altos e as taxas externas forem menores, a dívida externa aumentará.
Integração da Dívida
Em geral, há uma estreita inter-relação entre os dois tipos de dívida que muitas vezes pode tornar a distinção entre eles obsoleta. O economista de desenvolvimento Michael Carlberg argumenta que existe uma conexão clara entre a dívida externa e as altas taxas domésticas. Altas taxas domésticas estimulam o endividamento externo e, portanto, a dívida externa aumenta. Taxas internas mais baixas estimulam o endividamento local e, portanto, o investimento local. A recompensa aqui é que a baixa dívida interna leva a uma estratégia de exportação, enquanto a alta dívida leva a uma estratégia de importação. Portanto, a dívida interna leva a questões de balança de pagamentos e vice-versa. A baixa dívida significa que o país ganha moeda forte por meio de exportações, já que há mais dinheiro disponível para financiar a indústria doméstica. Dívida alta significa que o país deve importar itens necessários, pois há menos dinheiro disponível devido ao serviço da dívida. Portanto, a alta dívida interna é uma espiral descendente. Se essa conexão for verdadeira, então a distinção entre dívida interna e dívida externa é basicamente uma questão de semântica, uma vez que ambos os tipos de dívida estão mutuamente conectados.
Significância da dívida
As dívidas contraídas em moeda estrangeira geralmente significam que as taxas de juros locais são altas. A dívida externa também significa que o mutuário é escravo das potências estrangeiras, uma vez que as taxas de juros externas afetarão diretamente a economia do mutuário. Empréstimos internos significa que o país mantém mais de sua soberania econômica. A distinção entre dívida interna e externa é importante apenas no sentido de que a moeda em que a dívida é contratada é a variável principal. A moeda local é mais fácil de ser controlada pelos bancos e governos locais do que a moeda estrangeira.