A Bíblia ensina a importância tanto do evangelismo para os convertidos como do discipulado para amadurecer os crentes na fé. Mas muitas igrejas cristãs se concentram fortemente em uma ou outra, mesmo debatendo, em alguns casos, o que é mais importante ou necessário. Como ambos são grandes trabalhos, é difícil fazer as duas coisas bem ao mesmo tempo, mas não impossível, aconselha David Coker, fundador da Gateway Believers Fellowship em Carnesville, Geórgia, e Breakthrough Apostolic Ministries. Quando uma igreja entende a relação entre os dois, torna-se mais fácil fundir evangelismo e discipulado e cultivar pessoas de novos convertidos para pessoas maduras de fé.
A diferença entre evangelismo e discipulado
O evangelismo é dirigido aos não-crentes que reconhecem que têm uma necessidade em suas vidas e querem aprender mais sobre confiar em Deus, explica Dallas Willard, professor de filosofia na University of Southern California, conferencista e autor de vários livros sobre cristianismo. Cristãos alcançam essas pessoas através do evangelismo para compartilhar a mensagem do evangelho com a intenção de persuadi-los a tomar decisões para seguir a Cristo. Em outras palavras, evangelismo é a atividade pela qual muitas pessoas são levadas ao arrependimento inicial e reconhecimento de sua necessidade de Deus. O discipulado, por outro lado, é um projeto de longo prazo que envolve ensinar e orientar os crentes ao longo de um caminho de fé crescente para ajudá-los a adotar a semelhança de Cristo cada vez mais em suas vidas diárias. Vai além da simples oração de conversão e confissão de Cristo, envolvendo um compromisso total de vida. O professor Willard define um discípulo como "uma pessoa que decidiu que a coisa mais importante em sua vida é aprender como fazer o que Jesus disse".
A relação entre evangelismo e discipulado
Embora evangelismo e discipulado descrevam diferentes aspectos da vida cristã, eles estão inter-relacionados. O evangelismo sem discipulado deixa novos conversos pairando ao vento, sem saber como realmente viver uma vida cristã, e dá a impressão de que "conversão" é o fim da história, tanto quanto conseguir seus "ingressos para o céu". Winfield Banks, Ph.D., pastor líder da Igreja dos Outer Banks em Nags Head, Carolina do Norte, esclarece que fazer discípulos significa "fazer dos outros o que Jesus fez deles". Então, alcançá-los através do evangelismo não é suficiente se a igreja não pode mantê-los através do discipulado que os guia para os novos padrões de pensamento, hábitos e estilos de vida exigidos de um crente cristão maduro. Quando um novo convertido é ensinado e aprende a imitar os caminhos de Cristo, ele estará mais motivado e equipado para alcançar os outros. O discipulado alimenta o trabalho de evangelização produzindo mais trabalhadores.
Fusão de Evangelismo e Discipulado
A relação entre evangelismo e discipulado desmascara o equívoco de que é uma ou outra ou proposição, que são atividades incompatíveis e mutuamente exclusivas. Greg Atkinson, pastor de Forest Park Carthage, no sudoeste do Missouri, ressalta que essa é uma distinção artificial que Jesus nunca fez. A Grande Comissão (Mateus 28: 16-20) chama os cristãos a mais do que simplesmente trazer novos convertidos e batizá-los e cria uma fusão necessária de evangelismo e discipulado para o maior efeito nos crentes em amadurecimento. O termo "fazer discípulos" implica que os cristãos devem passar tempo treinando novos crentes e fundamentando-os na fé. Os Navegantes, um ministério cristão interdenominacional, declara: "Um discípulo não é verdadeiramente um discípulo a menos que esteja empenhado em alcançar pessoas perdidas e, conseqüentemente, alguém não é verdadeiramente evangelizado até que tenha iniciado o processo de crescimento chamado discipulado."
Crescendo na Fé
É um truísmo entre os professores que a melhor maneira de aprender alguma coisa é ensiná-la a outra pessoa. Visto que o evangelismo exige apenas que um crente conte o que aprendeu sobre a vida em Cristo, verbalizá-lo para outra pessoa acelera a curva de aprendizado do discipulado, promovendo o crescimento saudável da fé. Isso dá ao crente a chance de encontrar perguntas não-ensaiadas para as quais ela precisa estudar mais as escrituras para encontrar a resposta bíblica. Esse processo beneficia a fé do evangelista novato e da pessoa a quem ela está testemunhando. Como crentes maduros praticam o hábito de compartilhar sua fé sempre que a oportunidade surge, ela dá um exemplo para os novos crentes seguirem e permite que o espírito de discipulado evangelístico seja "apanhado não ensinado".
