Corporações multinacionais operam em dois ou mais países, enquanto empresas domésticas restringem suas operações a um único país. As razões pelas quais as empresas se expandem para outros países variam. Algumas empresas fazem isso para buscar novos mercados, outras para encontrar recursos e outras para reduzir custos. Todas as empresas multinacionais aprendem a lidar com os desafios especiais da gestão financeira multinacional. Eugene F. Brigham e Phillip R. Davies sugerem, em seu avançado manual de finanças corporativas Intermediate Financial Management, que há seis diferenças principais que separam a gestão financeira multinacional da gestão financeira doméstica.
Estrutura Econômica e Legal Diferente
As empresas que se expandem para outros países devem levar a sério o ditado medieval: quando em Roma faça como os romanos. Diferentes países têm diferentes estruturas legais, métodos financeiros e costumes, e uma empresa multinacional deve aprender como se adaptar a essas diferenças. Por exemplo, uma empresa nos Estados Unidos pode usar os princípios contábeis geralmente aceitos pela Comissão de Valores Mobiliários (Securities Exchange Commission - GAAP), mas pode ter que mudar para os padrões internacionais de relatórios financeiros quando tiver subsidiárias em outros países.
Denominações de moeda diferentes
Corporações multinacionais devem fazer negócios com moedas diferentes, dependendo de onde suas subsidiárias estão localizadas. Isso envolve lidar com o custo e a inconveniência de trocar moedas ao transferir fundos entre países.
Idiomas diferentes
As empresas multinacionais geralmente precisam lidar com vários idiomas por meio de suas operações diárias. Por exemplo, uma empresa com uma subsidiária na Espanha pode ter que realizar negócios em espanhol, catalão, galego ou no idioma basco, dependendo de onde, em Espanha, seus escritórios estão localizados. Isso gera custos extras e burocracia porque você precisa traduzir políticas da empresa, formulários e até mesmo conversas telefônicas para dois ou mais idiomas.
Diferenças culturais
As empresas multinacionais de sucesso devem ser flexíveis o suficiente para se adaptarem à cultura e às preferências locais. As diferenças culturais podem variar como um produto é comercializado; por exemplo, alterar um slogan desagradável ou ineficaz quando traduzido, ou alterando o produto em si. Por exemplo, o McDonald's irá variar seu cardápio para se adaptar às diferenças no paladar local: na Itália, o McDonald's serve massas e arroz e feijão da Nicarágua.
Papel dos governos
Nem todos os governos lidam com empresas multinacionais da mesma maneira. Alguns colocam tarifas pesadas sobre as corporações estrangeiras, enquanto outros as recebem de braços abertos e fornecem incentivos financeiros em troca dos novos empregos que a corporação gera. Os governos também variam em seus respectivos níveis de corrupção, eficiência e burocracia.
Risco político
As corporações multinacionais também devem avaliar a estabilidade do governo de um país antes de decidir fazer negócios nele - especialmente se a corporação precisar pagar licenças caras e "incentivos" para lubrificar as engrenagens da burocracia. Países onde recursos naturais valiosos são controlados pelo governo e licenciados para empresas estrangeiras são uma fonte de grande oportunidade e risco para as multinacionais. Por exemplo, enquanto uma licença para extrair matérias-primas a um preço baixo é inestimável para uma multinacional que busca uma linha confiável de fornecimento, uma mudança no governo poderia significar a ruína financeira de uma subsidiária com acordos econômicos com o governo anterior.