Quando falamos de “barreiras” na ética nos negócios, falamos dessas situações embutidas no sistema de competição que causam dilemas éticos. Em outras palavras, o mercado livre, baseado na competição e na busca de lucro, contém problemas éticos inerentes. Como todas as empresas em um mercado competitivo buscam se proteger dos concorrentes e, ao mesmo tempo, manter sua participação de mercado, as empresas estão sob pressão constante para se adaptar ou morrer. Isso é inerente ao sistema de capitalismo de mercado.
Vendas
Vendedores no varejo estão sob pressão constante. Muitas vezes, seu salário deriva de comissão, o que significa que eles devem vender ou sofrer dificuldades financeiras e até mesmo perder um emprego. O problema aqui é que os vendedores devem constantemente promover produtos para todos e qualquer um que escute. Como as vendas estão sempre sob pressão para serem realizadas, os vendedores podem ver-se exagerando na utilidade de um produto para fazer uma venda rápida. Eles podem até mentir por causa de uma venda. Em outras palavras, a pressão dos gerentes, bem como outros incentivos, pode forçar um homem decente a mentir sobre um produto para fazer uma venda.
Lucros
Tanto os membros do conselho quanto os gerentes precisam lidar com a questão dos lucros. No capitalismo moderno, muitos acionistas querem retornos rápidos ou ganhos substanciais de capital. Há pressão para criar lucros rápidos a longo prazo com crescimento constante. Os lucros rápidos podem atrair a atenção da mídia, chamar a atenção do mercado e manter os clientes fiéis ao receber dividendos substanciais em suas participações societárias. A questão ética aqui é que há uma grande pressão sobre os gerentes para espremer mais dos funcionários para aumentar a produtividade e fazer com que suas próprias técnicas de gerenciamento pareçam boas. Na pior das hipóteses, a barreira ética aqui é usar lucros rápidos para embelezar o próprio ninho gerencial em detrimento da estabilidade de longo prazo da empresa ou da segurança ou bem-estar dos funcionários.
Comunicações
Outra importante barreira ética é a privacidade dos funcionários. Poucos vão negar que os funcionários muitas vezes perdem tempo navegando na web, enviando e-mails para amigos ou jogando no Facebook. A barreira se refere à resposta do gerenciamento. Se houver uma suspeita fundamentada de que os funcionários estão perdendo tempo on-line, a decisão de instalar o software de vigilância em seus computadores pode fazer algum sentido. No entanto, há uma questão de privacidade, bem como a possibilidade de desconfiança dos funcionários em relação à administração, se isso for feito. Nesse caso, os funcionários claramente não recebem os incentivos adequados para trabalhar e, em vez disso, consideram racional perder tempo no YouTube.
Negócio local
Pequenas empresas locais lutam para competir com as grandes cadeias. As cadeias maiores costumam ser mais baratas, mas as pequenas empresas podem ser parte integrante da economia local. Novamente, aqui está uma barreira embutida no sistema de competição: uma empresa pode comprar suprimentos de uma grande cadeia, forçando as empresas menores a sair do mercado. Por outro lado, a empresa pode pagar um pouco mais para apoiar fornecedores e empresas locais. A mentalidade do mercado exigiria que se comprasse simplesmente do fornecedor mais barato. A ética nos negócios, no entanto, vê uma barreira levantada pelo sistema de concorrência e pode sugerir que a empresa compre de empresas locais em prol do emprego local e da estabilidade econômica.
